Aproximadamente 30 torcedores de times amazonenses aproveitaram o feriado de Corpus Christi, nesta quinta-feira (7), para protestar contra a administração do Futebol Amazonense, gerenciado pela Federação Amazonense de Futebol (FAF). O grupo percorreu 2,5 quilômetros, entre a Arena Poliesportiva Amadeu Teixeira, ao lado da Arena da Amazônia, no bairro Alvorada, zona centro-oeste, até a sede da FAF, nas proximidades do terminal de integração T1, no Centro da capital.
Os manifestantes pediam a saída dos dirigentes da FAF, o presidente Dissica Valério Tomaz e o diretor de futebol da entidade, Ivan Guimarães. O torcedor do Nacional, Emerson Pires acredita que o movimento é o primeiro passo para tentar mudar o panorama do futebol local. “É preciso que estes dirigentes saiam. O presidente (Dissica) está no cargo há 21 anos, justamente o período no qual o futebol amazonense entrou em decadência. Depois disso, cobraremos os clubes, que também têm a parcela de culpa. Exigiremos profissionalismo”, afirmou.
Emerson Pires citou condutas da FAF que julga prejudiciais ao futebol amazonense. “Sou nacionalino, mas reconheço que a FAF errou ao indicar o Nacional à Série D do ano passado, sem critério, ao invés do Fast”, concluiu. O torcedor do América, Igor Cosso, também ressaltou “trapalhadas” da FAF que culminaram em prejuízos ao Mequinha. “Ao invés de ajudar o América-AM na Série D de 2010, a FAF atrapalhou, pois a declaração dos dirigentes foi usada pelo Joinville contra o América, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD)”, lembrou. O rionegrino Aldenor Macedo reforçou a opinião de Cosso. “A FAF tem prejudicado o nosso futebol”.
Um grupo de admiradores do São Raimundo, formado por Janderson de Souza, Mário Igor, João Rodrigues e Herison Santos exigia uma administração especializada e apta a trabalhar com as peculiaridades amazônicas. “Para isso, é preciso mudar os gestores e a visão”, assegurou Janderson.
O protesto contou também com integrantes de outros estados e até internacionais. É o caso da maranhense e nacionalina, Vanessa Silva. Ela e o namorado David Jonathan lideram o movimento, intitulado “A Hora do Futebol Amazonense” nas redes sociais. “Não dá para aceitar que a FAF receba R$ 50 mil por mês e R$ 600 mil por ano da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para não fazer nada e colocar no site imagens do Morumbi (estádio do São Paulo) e de jogo do Arsenal-ING. No Acre, o presidente da federação local também está há bastante tempo no cargo, mas construiu um estádio só com os repasses da CBF. Aqui a FAF não faz nada pelo futebol”, indagou Vanessa, de 21 anos, que está em Manaus desde 1996.
Natural de Rosário, o argentino Ariel Coronel também reclamou da administração da FAF. “Sou River Plate na Argentina e Nacional em Manaus, desde quando cheguei, há 4 anos. Assisti o América na Série D, em 2010 e o Nacional em 2009, inclusive naquela eliminação por 5 a 2, no Vivaldão, para o Cristal-AP, e não dá para entender como a população daqui não faz nada a respeito destes absurdos da FAF”, lamentou.
Durante o trajeto, os torcedores apelaram ao tema Copa do Mundo de 2014 para tentar mobilizar a população. Os protestantes alertaram para o fato de a Arena da Amazônia, de R$ 532 milhões, ficar sem utilidade depois da Copa em razão das falhas administrativas da FAF.
Fonte:d24am.com
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