A cidade de Manaus é o berço do futebol no Amazonas, e foi justamente na 'Paris dos Trópicos' que surgiram os dois clubes mais tradicionais da cidade e que neste ano completam 100 anos de existência no cenário tupiniquim: Nacional e Rio Negro. No aniversário de 344 anos da capital amazonense, não há como contar a história da metrópole sem mencionar lembranças de grandes jogos e o sentimento que os dois clubes despertam em diferentes gerações de manauenses apaixonados por futebol.
Pouco antes do surgimento das equipes amazonenses, quem dominava o cenário do futebol local eram os ingleses, que promoviam os únicos jogos da modalidade na capital, na época, no antigo campo do Luso (hoje Ginásio Renê Monteiro) e na Avenida Constantino Nery, Zona Centro-Sul de Manaus. Desde então, ao longo de um século, o fato é que as duas agremiações estreitaram de forma abrangente seus laços com a cidade e atualmente se apresentam como grande referência, dentro e fora das quatro linhas no esporte amazonense.
A rivalidade entre os centenários era tão grande que fazia até com que um dos principais cartões-postais da cidade fosse renegado pela torcida nacionalina: o majestoso Rio Negro, que banha a cidade. O historiador Daniel Sales relatou que a torcida do Naça confessava ser "chato" beber a água "desse rio", se referindo às águas que dão nome ao time. As sedes também eram motivo de piada: de um lado, a casa do Naça era chamada de "mercado velho". De outro, a do Galo era "em cima de um cemitério", já que fica localizada na Praça da Saudade, construída em cima do Antigo Cemitério de São José.
A população, diferente do que é visto atualmente nos estádios, era apaixonada pelo futebol local. Um exemplo disso é o fato, relatado pelo historiador Daniel Sales, de que os times tinham como principais patrocinadores torcedores fanáticos. Há relatos de pessoas que venderam até a própria casa para sustentar o time do coração. As beldades do estado também chegaram a ser reveladas no meio futebolístico: conhecida internacionalmente como Miss Brasil 1957 e vice-Miss Mundo, Terezinha Morango, foi 'descoberta' como Miss Rio Negro.
E toda esta história teve início nos tempos áureos da borracha, na década de 1910, quando a capital ganhou um dos principais palcos do auge do futebol do estado: o Parque Amazonense. Inicialmente, o estádio, localizado no famoso 'Beco do Macedo', no Nossa Senhora das Graças, era um hipódromo e, a partir da década de 1930, passou a receber os principais clássicos do Amazonense.
O início da caminhada
Coincidentemente, os ingleses foram os precursores do 'racha' que originou o nascimento do Nacional. De acordo com a maior parte dos registros, o clube nasceu em janeiro de 1913, no centro da capital, mais precisamente na Avenida Sete de Setembro. Foi a cisão entre o presidente do Manaós Sporting Club - que aceitava estrangeiros - e alguns de seus jogadores que viriam a fundar o Eleven Nacional. Com o ideal de possuir apenas jogadores do país no plantel, o nome foi alterado para Onze Nacional e, tempos depois, apenas a alcunha atual foi mantida no Leão da Vila Municipal.
Se uma divisão deu origem ao Nacional, pelo lado rionegrino a história foi diferente. Primeiro o fato de um jovem, na época com 16 anos, liderar a ideia da criação de um novo clube na capital. Schinda Uchôa contou com o aval de colegas – todos filhos de barões. O grupo se reuniu na Rua Henrique Martins, no Centro de Manaus, e após uma votação democrática fizeram a ata de fundação. Era novembro e a primeira alcunha foi a de Athletic Rio Negro Club. O nome também é uma homenagem ao Rio Negro, que banha a margem esquerda da capital e que no futuro seria motivo para uma das provocações da torcida nacionalina ao afirmar que ''era chato beber a água desse rio''.
- Acompanho esse clássico há mais de meio século. Sempre acompanhei os grandes jogos, antes mesmo de ser o clássico 'Rio-Nal'. Não há diferença entre esse jogo e qualquer outro grande clássico nacional. Fizeram a história e tiveram uma grande massa de torcedores. Se pegarmos os desdobramentos, pontuar Brasil afora, grandes clássicos de outras regiões. Isso faz parte da cultura do futebol brasileiro, e Nacional e Rio Negro não são diferentes - descreveu o cronista esportivo Arnaldo Santos, que acompanha a história dos clubes há exatos 53 anos.
1914 - o primeiro encontro
Nacional e Rio Negro fizeram sua estreia na primeira edição do Campeonato Amazonense, em fevereiro de 1914, quando o torneio ainda era amador. O Naça estreou diante do Manaós, time que originou o início do processo de fundação do clube da Vila Municipal. Relatos históricos não confirmam o placar da partida. O Manaós sagrou-se campeão naquele ano, enquanto o Nacional terminou com o vice-campeonato. Em contrapartida, o Rio Negro, formado por jovens inexperientes, teve um desempenho oposto ao rival e acumulou derrotas expressivas. No mesmo campeonato, as agremiações estiveram frente a frente pela primeira vez, no Parque Amazonense, fundado em 1910, e foram nesses confrontos que ocorreram as duas maiores goleadas do Leão da Vila sobre o Galo (9 a 0 e 12 a 0). Neste ano, apenas cinco times disputaram o estadual.
Com uma melhor estrutura desde a sua fundação, o Nacional nos seus primeiros anos já despontava como uma potência do futebol local. Na mesma época, o Rio Negro se colocava como principal rival no campeonato local. O histórico do estadual entre 1916 e 1923 confirma: Foram sete títulos para o Nacional, o primeiro em 16, e um do Rio Negro, em 21, sendo que em todos os títulos conquistados pelo Nacional, com exceção de 19, o Galo foi o vice-campeão. O mesmo quadro se repetiu no único título do Barriga Preta.
Nessa época, sob influência do período da borracha, os primeiros torcedores dos clubes eram trabalhadores das firmas comerciais inglesas que existiam. Curiosamente, muitos eram estrangeiros (ingleses, franceses e portugueses). Os lusitanos foram os primeiros pedreiros que trabalharam na cidade. Até mesmo um clube foi fundado por conta do segmento, o Bancrévea Clube.
Logo depois, o futebol amazonense sofreu com um período de estagnação. De 1924 a 1925, não houve competições, enquanto que em 1926 um torneio não-oficial foi realizado, tendo como campeão o Rio Negro, embora o título não seja reconhecido pela Federação Amazonense de Futebol (FAF). Após trilhar um caminho promissor, com sete títulos em oito anos, o Nacional abdicou do estadual em 1927 e 1929. Um ano depois, houve uma cisão entre os sócios e alguns jogadores que abandonaram o time por problemas internos, dando origem ao Fast Clube.
Polêmica de 45
Sem nem mesmo ter oficializado o clássico 'Rio-Nal', a rivalidade entre os dois times na década de 40 já extrapolava o limite das quatro linhas e chegava até mesmo aos tribunais. No campeonato de 1945, Rio Negro e Nacional protagonizaram uma polêmica quanto ao título daquele ano, o que viria a culminar na saída do Galo do futebol profissional na temporada seguinte. Período esse que se estendeu até 1960. A origem da discussão se deu depois do confronto entre Nacional e Olímpico, onde o Leão venceu por 3 a 2, mas teria atuado com um jogador irregular.
O jornalista Carlos Zamith, falecido em 2013, escritor do Baú Velho e 'enciclopédia' do futebol local, publicou um artigo sobre o episódio.
"A história do afastamento dos gramados do clube barriga-preta já foi contada por diversas vezes, mas não custa relembrar alguns detalhes. O jogador paraense Canejo, foi o pivô de toda a encrenca. O Rio Negro já estava com o título de 1945 assegurado, inclusive pela palavra do então presidente da Federação Amazonense de Desportos Atléticos (Fada), Dr. Menandro Tapajós, por ocasião de um tradicional 'Porto de Honra' no ano da conquista. Depois o Nacional utilizou o jogador paraense e venceu o jogo contra o Olympico. Este protestou e o Naça perdeu os pontos provocando a subida do Rio Negro ao primeiro posto da tabela, que lhe garantiu o título. O Naça recorreu e muito tempo depois, e bota tempo nisso com o campeonato paralisado, foi feita a 'armação' aqui mesmo em Manaus, quando estourou a notícia favorável aos nacionalinos."
O episódio mexeu até mesmo com o brio da torcida e ajudou a aumentar a rivalidade entre os clubes, sobretudo entre Nacional e Rio Negro. Para satirizar o Nacional, os rionegrinos e fastianos chamavam o Tribunal de ''Tribunaça''. Isso vinga até os tempos atuais.
Aos que esperavam uma hegemonia nacionalina com a ausência do Rio Negro nos 14 anos seguintes, a história traçada não foi bem essa. Com o Fast Clube e América em ascensão, o Nacional obteve apenas três títulos nessa época, em 46, 50 e 57. Neste período, o Rolo Compressor fez as vezes de principal rival do Naça com quatro títulos, mesmo número de taças do América.
O retorno do Rio Negro e a profissionalização do futebol amazonense
Ausente do cenário profissional, o Rio Negro voltou à cena em 1960, mas pagou um alto preço pela lacuna nos anos anteriores. Mais de uma década fora dos estaduais fizeram com que o clube perdesse poder aquisitivo, assim como parte da sua torcida, que anos antes se acostumara com os confrontos do Galo diante do Naça e, mais recentemente, do Fast. O responsável pelo retorno do clube foi o político Josué Cláudio de Sousa.
- A coisa apenas esfriou (desapego da torcida). Mas, aos poucos, acabaram voltando a torcer pelo Galo. Nesse hiato, o alvinegro se fortaleceu nas outras áreas: aumentou sua sede social, construída entre 39 e 42. Mas depois de 1945 se tornou a sede-referência da cidade. Até mesmo Miss Brasil o Rio Negro deu ao país, vide Terezinha Morango, nascida em São Paulo de Olivença ( a 1.235 km de Manaus) - lembra Sales.
A retomada definitiva deu-se em 1962, e de forma heróica. O Rio Negro voltou a disputar uma final e, novamente, diante do rival Nacional. Ao contrário da polêmica de 1945, em que o Galo saiu derrotado, mesmo que nos tribunais, a resposta veio dentro de campo com o triunfo sobre o Leão da Vila, em janeiro de 1963, às vésperas do aniversário de 50 anos do time da Vila.
Dois anos depois, em sua 60ª edição, o futebol amazonense se profissionalizou. O Nacional ficou com o titulo, enquanto o Rio Negro, que no ano seguinte seria o campeão, terminou na quinta posição.
'Rio-Nal' no papel
Se o primeiro jogo entre as equipes ocorreu no dia 02 de março de 1914, com a já citada goleada do Nacional sobre o Rio Negro por 9 a 0, a maior rivalidade do futebol amazonense foi 'adotada' em definitivo em 1968. O responsável foi o jornalista Guilherme Gadelha, torcedor nacionalino declarado. Gadelha teve como inspiração a já aclarada rivalidade do sul do País, entre Grêmio e Internacional.
"Quando o fato aconteceu, na véspera do clássico amazonense, num sábado à tarde, ano de 1968, a edição de domingo estava sendo fechada. O título da página esportiva era sobre o jogo. Gadelha utilizou um clichê antigo de seis colunas, com a palavra EMOCIONANTE. Como faltava completar o espaço de duas colunas para a manchete, Gadelha chamou-me (eu era o repórter do JC) e fez a pergunta: coleguinha, que tal se eu colocar Rio-Nal neste espaço que está sobrando? A aprovação foi imediata. No dia seguinte a manchete esportiva de O Jornal do Comércio chamava a atenção", descreve Zamith em seu blog Báu Velho.
Atual diretor de futebol do Nacional Futebol Clube, Manoel do Carmo, o Maneca, vivenciou o auge do clássico e sua importância para o futebol do estado e a paixão que um dia envolveu os torcedores da cidade pelo confronto entre nacionalinos e rionegrinos .
- O clássico Rio-Nal sempre atraiu uma multidão de torcedores nos campeonatos oficiais aqui do Amazonas. Quando assumi a presidência do Nacional, nós tínhamos esse clássico que levava um público enorme aos estádios. Uma decisão entre os dois times fazia com que a torcida comparecesse com grande entusiasmo. As passeatas de domingos pela manhã eram realizadas nas principais ruas de Manaus e esse público ia ao estádio exatamente para vibrar – disse Maneca .
Em uma das 175 partidas envolvendo os dois clubes, no dia 20 de julho de 1969, na decisão da fase inicial do estadual, as rádios que transmitiam a partida fizeram uma interrupção para anunciar a chegada do homem à Lua. O feito foi comemorado por jogadores e torcedores, que deixaram a rivalidade de lado para celebrar a 'conquista do espaço'. Mais tarde, os rionegrinos festejaram o título e a vitória por 2 a 1 no estádio da Colina.
- A época era outra e o envolvimento com os clubes também. Haviam desfiles pelas ruas da cidade. Quando íamos transmitir jogos do estádio da Colina, que se tornou casa dos jogos no Amazonas depois do saudoso Parque Amazonense, tínhamos que chegar às 11 horas no estádio. Só tinha uma ponte de acesso para chegar ao estádio, então tínhamos que chegar com muita antecedência. Ou nós entrávamos ou depois seria muito complicado, pois o público era magnífico. Vivíamos naquela manifestação popular. Era um outro espírito. Os anos que um dia eu vivi eu não vou viver mais - emendou Arnaldo Santos com um ar saudosista do retrato de um futebol amazonense que parece se perder com o tempo.
Entre os 'grandes' do Brasil
No Amazonense de 1972 ficou definido que o campeão estaria, automaticamente, no Campeonato Brasileiro do mesmo ano. O Nacional assegurou o título e se tornou o primeiro clube do Amazonas na Série A do Brasileiro, fazendo sua estreia diante do Bahia, na Fonte Nova, no dia 10 de setembro. O tricolor venceu por 1 a 0. Curiosamente, no ano seguinte, de acordo com o regulamento do torneio, a vaga seria apenas da Rodoviária - campeã da temporada -, porém dirigentes do Rio Negro recorreram a Flaviano Limongi e João Valter de Andrade, na época governador do estado, para que uma segunda vaga fosse incluída. O pedido foi acatado e o clube alvinegro, como vice-campeão, estreou na elite contra o América (RN), no dia 26 de agosto de 1973 com um empate sem gols.
Para o também cronista Chagas Barbosa foi a melhor fase do futebol amazonense.
- Foi a fase mais importante (do futebol baré). As torcidas se faziam presentes e tínhamos o Campeonato Nacional, inclusive com equipes convidadas. Os confrontos eram importantes e também fortificavam o conceito regional. Tinha escândalo, protesto, o torcedor na sua mais pura essência. Chorava na vitória ou na derrota, mas não se perdia a identidade com o clube - lembra.
Os dois clubes jamais conseguiram uma classificação destacada no torneio, mas somam, cada um, seis participações na Primeira Divisão. Presenças na Série B também foram constantes até as décadas de 80 e 90. O surgimento do ‘Clube dos 13’, em 87, para muitos, foi um dos fatores para o início do declínio do futebol baré. O fato de o grupo priorizar as principais forças do eixo Sul-Sudeste, que passaram a ter maior visibilidade e retorno financeiro, fizeram com que o futebol do estado ficasse 'de escanteio'.
Números e Curiosidades
Para o historiador Daniel Sales, o declínio do futebol amazonense tem um ano exato: 1987. De acordo com ele, a chegada do Clube dos 13 teve muita influência na decadência do futebol baré e de outros 12 estados brasileiros. Os times não jogavam mais a Primeira Divisão e não tiveram competência para se adequar às novas normas impostas, como melhorar o departamento de futebol. Foi um divisor de águas e a situação só viria a melhorar em 1998, quando o São Raimundo figurava na Série C.
De 90 a 2013
- Manaus explodiu de forma desordenada e desonesta com sua própria história, o patrimônio cultural perdeu sua importância e o futebol sofre essa influência também. A fase que nós estamos atravessando, quando a gente olha para trás e vê a história, dá angustia. Sou um cronista angustiado. Vejo os anos passarem e o nosso futebol não volta a se firmar - ressaltou Arnaldo Santos, que assim como muitos amantes do que um dia foi o futebol local, clama e sonha com o retorno dos velhos tempos.
Nas últimas duas décadas, o Nacional-AM sofreu com altos e baixos dentro e fora de campo. O clube conquistou dois bicampeonatos ( 95 e 96 e 2002 e 2003). Porém, foram sete títulos nos últimos 23 anos. No fim da década de 90, com o crescimento do São Raimundo, o Leão da Vila também viu seu espaço ocupado por mais um dos ‘grandes da capital’. Em todo esse tempo, a grande fase do Nacional talvez tenha sido justamente a atual temporada. A equipe, sob comando do técnico Aderbal Lana, chegou às oitavas de final da Copa do Brasil derrotando times como Ponte Preta e Coritiba, e da Série D do Brasileiro. Cotado como favorito ao acesso à Série C, mais uma vez a expectativa de retorno aos áureos tempos caiu por terra. Ainda assim, serviu para reascender o prestígio com o torcedor amazonense.
Por outro lado, o Rio Negro enfrenta uma das piores crises da história. Depois do tetracampeonato entre 87 e 90, o Galo atravessou uma longa fila e voltou a ficar com o título do estadual em 2001 – foi o último ‘caneco’ conquistado pelo Rio Negro. O clube passou por uma crise financeira no início do século, que culminou no primeiro rebaixamento em 2008. No ano seguinte, após conquistar o acesso, voltou a cair. Especulações davam conta de que o departamento do futebol do clube chegaria ao fim depois de duas quedas seguidas, o que não se concretizou.
No ano do centenário, o Galo, novamente, viu-se na Série B do Amazonense. No entanto, o quadro atual é considerado desesperador. Com mais de R$ 3 milhões em dívidas, a sede do clube irá a leilão no dia 8 de novembro. A pena é causada por uma dívida de R$ 36 mil do clube com a Receita Federal e o INSS.
Para o atual presidente do Galo da Praça da Saudade, Thales Verçosa, que ocupa a vaga que um dia foi de seu pai à frente da diretoria alvingera, a situação preocupa, mas é reversível.
- Todos sabem que nós temos essas dívidas, não há para onde fugir. Ainda mais essa, que é causa trabalhista. O juiz levou à praça, mas estamos indo atrás. Se for o caso, nós pagamos os R$ 36 mil. Não há chances de nós perdermos a nossa sede.
Nacional e Rio Negro, atualmente, não gozam do mesmo prestígio vivido em décadas passadas, quando figuravam na elite do futebol brasileiro ou preenchiam as arquibancadas do Parque Amazonense com suas torcidas, mas a história e o legado que essas duas agremiações construíram, não apenas no futebol local como também na região norte, são o retrato da força que o futebol amazonense um dia já teve.
176º encontro
No dia 15 de janeiro de 2014, Nacional e Rio Negro, mesmo em divisões distintas, já têm mais um clássico 'Rio-Nal' pela frente. Gigantes do futebol do Amazonas, os dois times irão realizar a partida de inauguração da Arena da Amazônia, estádio de Manaus para a Copa do Mundo. Mesmo em situações antagônicas, a esperança é de que o jogo mais tradicional do estado, assim como o estádio, seja o capítulo de renovação no futebol baré. Um futebol que que faz parte da história de Manaus e que os amantes dessa arte torcem por um futuro que resgate a energia e a emoção dos grandes jogos.
Os amantes do futebol amazonense torcem por isso.
Por Tadeu Matsunaga e Isabella Pina do site Globoesporte.com.
Pouco antes do surgimento das equipes amazonenses, quem dominava o cenário do futebol local eram os ingleses, que promoviam os únicos jogos da modalidade na capital, na época, no antigo campo do Luso (hoje Ginásio Renê Monteiro) e na Avenida Constantino Nery, Zona Centro-Sul de Manaus. Desde então, ao longo de um século, o fato é que as duas agremiações estreitaram de forma abrangente seus laços com a cidade e atualmente se apresentam como grande referência, dentro e fora das quatro linhas no esporte amazonense.
A rivalidade entre os centenários era tão grande que fazia até com que um dos principais cartões-postais da cidade fosse renegado pela torcida nacionalina: o majestoso Rio Negro, que banha a cidade. O historiador Daniel Sales relatou que a torcida do Naça confessava ser "chato" beber a água "desse rio", se referindo às águas que dão nome ao time. As sedes também eram motivo de piada: de um lado, a casa do Naça era chamada de "mercado velho". De outro, a do Galo era "em cima de um cemitério", já que fica localizada na Praça da Saudade, construída em cima do Antigo Cemitério de São José.
A população, diferente do que é visto atualmente nos estádios, era apaixonada pelo futebol local. Um exemplo disso é o fato, relatado pelo historiador Daniel Sales, de que os times tinham como principais patrocinadores torcedores fanáticos. Há relatos de pessoas que venderam até a própria casa para sustentar o time do coração. As beldades do estado também chegaram a ser reveladas no meio futebolístico: conhecida internacionalmente como Miss Brasil 1957 e vice-Miss Mundo, Terezinha Morango, foi 'descoberta' como Miss Rio Negro.
E toda esta história teve início nos tempos áureos da borracha, na década de 1910, quando a capital ganhou um dos principais palcos do auge do futebol do estado: o Parque Amazonense. Inicialmente, o estádio, localizado no famoso 'Beco do Macedo', no Nossa Senhora das Graças, era um hipódromo e, a partir da década de 1930, passou a receber os principais clássicos do Amazonense.
O início da caminhada
Coincidentemente, os ingleses foram os precursores do 'racha' que originou o nascimento do Nacional. De acordo com a maior parte dos registros, o clube nasceu em janeiro de 1913, no centro da capital, mais precisamente na Avenida Sete de Setembro. Foi a cisão entre o presidente do Manaós Sporting Club - que aceitava estrangeiros - e alguns de seus jogadores que viriam a fundar o Eleven Nacional. Com o ideal de possuir apenas jogadores do país no plantel, o nome foi alterado para Onze Nacional e, tempos depois, apenas a alcunha atual foi mantida no Leão da Vila Municipal.
Se uma divisão deu origem ao Nacional, pelo lado rionegrino a história foi diferente. Primeiro o fato de um jovem, na época com 16 anos, liderar a ideia da criação de um novo clube na capital. Schinda Uchôa contou com o aval de colegas – todos filhos de barões. O grupo se reuniu na Rua Henrique Martins, no Centro de Manaus, e após uma votação democrática fizeram a ata de fundação. Era novembro e a primeira alcunha foi a de Athletic Rio Negro Club. O nome também é uma homenagem ao Rio Negro, que banha a margem esquerda da capital e que no futuro seria motivo para uma das provocações da torcida nacionalina ao afirmar que ''era chato beber a água desse rio''.
- Acompanho esse clássico há mais de meio século. Sempre acompanhei os grandes jogos, antes mesmo de ser o clássico 'Rio-Nal'. Não há diferença entre esse jogo e qualquer outro grande clássico nacional. Fizeram a história e tiveram uma grande massa de torcedores. Se pegarmos os desdobramentos, pontuar Brasil afora, grandes clássicos de outras regiões. Isso faz parte da cultura do futebol brasileiro, e Nacional e Rio Negro não são diferentes - descreveu o cronista esportivo Arnaldo Santos, que acompanha a história dos clubes há exatos 53 anos.
1914 - o primeiro encontro
Nacional e Rio Negro fizeram sua estreia na primeira edição do Campeonato Amazonense, em fevereiro de 1914, quando o torneio ainda era amador. O Naça estreou diante do Manaós, time que originou o início do processo de fundação do clube da Vila Municipal. Relatos históricos não confirmam o placar da partida. O Manaós sagrou-se campeão naquele ano, enquanto o Nacional terminou com o vice-campeonato. Em contrapartida, o Rio Negro, formado por jovens inexperientes, teve um desempenho oposto ao rival e acumulou derrotas expressivas. No mesmo campeonato, as agremiações estiveram frente a frente pela primeira vez, no Parque Amazonense, fundado em 1910, e foram nesses confrontos que ocorreram as duas maiores goleadas do Leão da Vila sobre o Galo (9 a 0 e 12 a 0). Neste ano, apenas cinco times disputaram o estadual.
Com uma melhor estrutura desde a sua fundação, o Nacional nos seus primeiros anos já despontava como uma potência do futebol local. Na mesma época, o Rio Negro se colocava como principal rival no campeonato local. O histórico do estadual entre 1916 e 1923 confirma: Foram sete títulos para o Nacional, o primeiro em 16, e um do Rio Negro, em 21, sendo que em todos os títulos conquistados pelo Nacional, com exceção de 19, o Galo foi o vice-campeão. O mesmo quadro se repetiu no único título do Barriga Preta.
Nessa época, sob influência do período da borracha, os primeiros torcedores dos clubes eram trabalhadores das firmas comerciais inglesas que existiam. Curiosamente, muitos eram estrangeiros (ingleses, franceses e portugueses). Os lusitanos foram os primeiros pedreiros que trabalharam na cidade. Até mesmo um clube foi fundado por conta do segmento, o Bancrévea Clube.
Logo depois, o futebol amazonense sofreu com um período de estagnação. De 1924 a 1925, não houve competições, enquanto que em 1926 um torneio não-oficial foi realizado, tendo como campeão o Rio Negro, embora o título não seja reconhecido pela Federação Amazonense de Futebol (FAF). Após trilhar um caminho promissor, com sete títulos em oito anos, o Nacional abdicou do estadual em 1927 e 1929. Um ano depois, houve uma cisão entre os sócios e alguns jogadores que abandonaram o time por problemas internos, dando origem ao Fast Clube.
Polêmica de 45
Sem nem mesmo ter oficializado o clássico 'Rio-Nal', a rivalidade entre os dois times na década de 40 já extrapolava o limite das quatro linhas e chegava até mesmo aos tribunais. No campeonato de 1945, Rio Negro e Nacional protagonizaram uma polêmica quanto ao título daquele ano, o que viria a culminar na saída do Galo do futebol profissional na temporada seguinte. Período esse que se estendeu até 1960. A origem da discussão se deu depois do confronto entre Nacional e Olímpico, onde o Leão venceu por 3 a 2, mas teria atuado com um jogador irregular.
O jornalista Carlos Zamith, falecido em 2013, escritor do Baú Velho e 'enciclopédia' do futebol local, publicou um artigo sobre o episódio.
"A história do afastamento dos gramados do clube barriga-preta já foi contada por diversas vezes, mas não custa relembrar alguns detalhes. O jogador paraense Canejo, foi o pivô de toda a encrenca. O Rio Negro já estava com o título de 1945 assegurado, inclusive pela palavra do então presidente da Federação Amazonense de Desportos Atléticos (Fada), Dr. Menandro Tapajós, por ocasião de um tradicional 'Porto de Honra' no ano da conquista. Depois o Nacional utilizou o jogador paraense e venceu o jogo contra o Olympico. Este protestou e o Naça perdeu os pontos provocando a subida do Rio Negro ao primeiro posto da tabela, que lhe garantiu o título. O Naça recorreu e muito tempo depois, e bota tempo nisso com o campeonato paralisado, foi feita a 'armação' aqui mesmo em Manaus, quando estourou a notícia favorável aos nacionalinos."
O episódio mexeu até mesmo com o brio da torcida e ajudou a aumentar a rivalidade entre os clubes, sobretudo entre Nacional e Rio Negro. Para satirizar o Nacional, os rionegrinos e fastianos chamavam o Tribunal de ''Tribunaça''. Isso vinga até os tempos atuais.
Aos que esperavam uma hegemonia nacionalina com a ausência do Rio Negro nos 14 anos seguintes, a história traçada não foi bem essa. Com o Fast Clube e América em ascensão, o Nacional obteve apenas três títulos nessa época, em 46, 50 e 57. Neste período, o Rolo Compressor fez as vezes de principal rival do Naça com quatro títulos, mesmo número de taças do América.
O retorno do Rio Negro e a profissionalização do futebol amazonense
Ausente do cenário profissional, o Rio Negro voltou à cena em 1960, mas pagou um alto preço pela lacuna nos anos anteriores. Mais de uma década fora dos estaduais fizeram com que o clube perdesse poder aquisitivo, assim como parte da sua torcida, que anos antes se acostumara com os confrontos do Galo diante do Naça e, mais recentemente, do Fast. O responsável pelo retorno do clube foi o político Josué Cláudio de Sousa.
- A coisa apenas esfriou (desapego da torcida). Mas, aos poucos, acabaram voltando a torcer pelo Galo. Nesse hiato, o alvinegro se fortaleceu nas outras áreas: aumentou sua sede social, construída entre 39 e 42. Mas depois de 1945 se tornou a sede-referência da cidade. Até mesmo Miss Brasil o Rio Negro deu ao país, vide Terezinha Morango, nascida em São Paulo de Olivença ( a 1.235 km de Manaus) - lembra Sales.
A retomada definitiva deu-se em 1962, e de forma heróica. O Rio Negro voltou a disputar uma final e, novamente, diante do rival Nacional. Ao contrário da polêmica de 1945, em que o Galo saiu derrotado, mesmo que nos tribunais, a resposta veio dentro de campo com o triunfo sobre o Leão da Vila, em janeiro de 1963, às vésperas do aniversário de 50 anos do time da Vila.
Dois anos depois, em sua 60ª edição, o futebol amazonense se profissionalizou. O Nacional ficou com o titulo, enquanto o Rio Negro, que no ano seguinte seria o campeão, terminou na quinta posição.
'Rio-Nal' no papel
Se o primeiro jogo entre as equipes ocorreu no dia 02 de março de 1914, com a já citada goleada do Nacional sobre o Rio Negro por 9 a 0, a maior rivalidade do futebol amazonense foi 'adotada' em definitivo em 1968. O responsável foi o jornalista Guilherme Gadelha, torcedor nacionalino declarado. Gadelha teve como inspiração a já aclarada rivalidade do sul do País, entre Grêmio e Internacional.
"Quando o fato aconteceu, na véspera do clássico amazonense, num sábado à tarde, ano de 1968, a edição de domingo estava sendo fechada. O título da página esportiva era sobre o jogo. Gadelha utilizou um clichê antigo de seis colunas, com a palavra EMOCIONANTE. Como faltava completar o espaço de duas colunas para a manchete, Gadelha chamou-me (eu era o repórter do JC) e fez a pergunta: coleguinha, que tal se eu colocar Rio-Nal neste espaço que está sobrando? A aprovação foi imediata. No dia seguinte a manchete esportiva de O Jornal do Comércio chamava a atenção", descreve Zamith em seu blog Báu Velho.
Atual diretor de futebol do Nacional Futebol Clube, Manoel do Carmo, o Maneca, vivenciou o auge do clássico e sua importância para o futebol do estado e a paixão que um dia envolveu os torcedores da cidade pelo confronto entre nacionalinos e rionegrinos .
- O clássico Rio-Nal sempre atraiu uma multidão de torcedores nos campeonatos oficiais aqui do Amazonas. Quando assumi a presidência do Nacional, nós tínhamos esse clássico que levava um público enorme aos estádios. Uma decisão entre os dois times fazia com que a torcida comparecesse com grande entusiasmo. As passeatas de domingos pela manhã eram realizadas nas principais ruas de Manaus e esse público ia ao estádio exatamente para vibrar – disse Maneca .
Manuel do Carmo Chaves-" O Maneca" |
- A época era outra e o envolvimento com os clubes também. Haviam desfiles pelas ruas da cidade. Quando íamos transmitir jogos do estádio da Colina, que se tornou casa dos jogos no Amazonas depois do saudoso Parque Amazonense, tínhamos que chegar às 11 horas no estádio. Só tinha uma ponte de acesso para chegar ao estádio, então tínhamos que chegar com muita antecedência. Ou nós entrávamos ou depois seria muito complicado, pois o público era magnífico. Vivíamos naquela manifestação popular. Era um outro espírito. Os anos que um dia eu vivi eu não vou viver mais - emendou Arnaldo Santos com um ar saudosista do retrato de um futebol amazonense que parece se perder com o tempo.
Entre os 'grandes' do Brasil
No Amazonense de 1972 ficou definido que o campeão estaria, automaticamente, no Campeonato Brasileiro do mesmo ano. O Nacional assegurou o título e se tornou o primeiro clube do Amazonas na Série A do Brasileiro, fazendo sua estreia diante do Bahia, na Fonte Nova, no dia 10 de setembro. O tricolor venceu por 1 a 0. Curiosamente, no ano seguinte, de acordo com o regulamento do torneio, a vaga seria apenas da Rodoviária - campeã da temporada -, porém dirigentes do Rio Negro recorreram a Flaviano Limongi e João Valter de Andrade, na época governador do estado, para que uma segunda vaga fosse incluída. O pedido foi acatado e o clube alvinegro, como vice-campeão, estreou na elite contra o América (RN), no dia 26 de agosto de 1973 com um empate sem gols.
Para o também cronista Chagas Barbosa foi a melhor fase do futebol amazonense.
- Foi a fase mais importante (do futebol baré). As torcidas se faziam presentes e tínhamos o Campeonato Nacional, inclusive com equipes convidadas. Os confrontos eram importantes e também fortificavam o conceito regional. Tinha escândalo, protesto, o torcedor na sua mais pura essência. Chorava na vitória ou na derrota, mas não se perdia a identidade com o clube - lembra.
Os dois clubes jamais conseguiram uma classificação destacada no torneio, mas somam, cada um, seis participações na Primeira Divisão. Presenças na Série B também foram constantes até as décadas de 80 e 90. O surgimento do ‘Clube dos 13’, em 87, para muitos, foi um dos fatores para o início do declínio do futebol baré. O fato de o grupo priorizar as principais forças do eixo Sul-Sudeste, que passaram a ter maior visibilidade e retorno financeiro, fizeram com que o futebol do estado ficasse 'de escanteio'.
Números e Curiosidades
Para o historiador Daniel Sales, o declínio do futebol amazonense tem um ano exato: 1987. De acordo com ele, a chegada do Clube dos 13 teve muita influência na decadência do futebol baré e de outros 12 estados brasileiros. Os times não jogavam mais a Primeira Divisão e não tiveram competência para se adequar às novas normas impostas, como melhorar o departamento de futebol. Foi um divisor de águas e a situação só viria a melhorar em 1998, quando o São Raimundo figurava na Série C.
De 90 a 2013
- Manaus explodiu de forma desordenada e desonesta com sua própria história, o patrimônio cultural perdeu sua importância e o futebol sofre essa influência também. A fase que nós estamos atravessando, quando a gente olha para trás e vê a história, dá angustia. Sou um cronista angustiado. Vejo os anos passarem e o nosso futebol não volta a se firmar - ressaltou Arnaldo Santos, que assim como muitos amantes do que um dia foi o futebol local, clama e sonha com o retorno dos velhos tempos.
Nas últimas duas décadas, o Nacional-AM sofreu com altos e baixos dentro e fora de campo. O clube conquistou dois bicampeonatos ( 95 e 96 e 2002 e 2003). Porém, foram sete títulos nos últimos 23 anos. No fim da década de 90, com o crescimento do São Raimundo, o Leão da Vila também viu seu espaço ocupado por mais um dos ‘grandes da capital’. Em todo esse tempo, a grande fase do Nacional talvez tenha sido justamente a atual temporada. A equipe, sob comando do técnico Aderbal Lana, chegou às oitavas de final da Copa do Brasil derrotando times como Ponte Preta e Coritiba, e da Série D do Brasileiro. Cotado como favorito ao acesso à Série C, mais uma vez a expectativa de retorno aos áureos tempos caiu por terra. Ainda assim, serviu para reascender o prestígio com o torcedor amazonense.
Por outro lado, o Rio Negro enfrenta uma das piores crises da história. Depois do tetracampeonato entre 87 e 90, o Galo atravessou uma longa fila e voltou a ficar com o título do estadual em 2001 – foi o último ‘caneco’ conquistado pelo Rio Negro. O clube passou por uma crise financeira no início do século, que culminou no primeiro rebaixamento em 2008. No ano seguinte, após conquistar o acesso, voltou a cair. Especulações davam conta de que o departamento do futebol do clube chegaria ao fim depois de duas quedas seguidas, o que não se concretizou.
No ano do centenário, o Galo, novamente, viu-se na Série B do Amazonense. No entanto, o quadro atual é considerado desesperador. Com mais de R$ 3 milhões em dívidas, a sede do clube irá a leilão no dia 8 de novembro. A pena é causada por uma dívida de R$ 36 mil do clube com a Receita Federal e o INSS.
Para o atual presidente do Galo da Praça da Saudade, Thales Verçosa, que ocupa a vaga que um dia foi de seu pai à frente da diretoria alvingera, a situação preocupa, mas é reversível.
- Todos sabem que nós temos essas dívidas, não há para onde fugir. Ainda mais essa, que é causa trabalhista. O juiz levou à praça, mas estamos indo atrás. Se for o caso, nós pagamos os R$ 36 mil. Não há chances de nós perdermos a nossa sede.
Nacional e Rio Negro, atualmente, não gozam do mesmo prestígio vivido em décadas passadas, quando figuravam na elite do futebol brasileiro ou preenchiam as arquibancadas do Parque Amazonense com suas torcidas, mas a história e o legado que essas duas agremiações construíram, não apenas no futebol local como também na região norte, são o retrato da força que o futebol amazonense um dia já teve.
176º encontro
No dia 15 de janeiro de 2014, Nacional e Rio Negro, mesmo em divisões distintas, já têm mais um clássico 'Rio-Nal' pela frente. Gigantes do futebol do Amazonas, os dois times irão realizar a partida de inauguração da Arena da Amazônia, estádio de Manaus para a Copa do Mundo. Mesmo em situações antagônicas, a esperança é de que o jogo mais tradicional do estado, assim como o estádio, seja o capítulo de renovação no futebol baré. Um futebol que que faz parte da história de Manaus e que os amantes dessa arte torcem por um futuro que resgate a energia e a emoção dos grandes jogos.
Os amantes do futebol amazonense torcem por isso.
Por Tadeu Matsunaga e Isabella Pina do site Globoesporte.com.
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